Como manter acesa a chama do amor

A vontade de Deus é que o casal seja um nEle. E quantos casais hoje em dia não estão preocupados com o plano do Senhor para a família! Na sociedade conturbada em que vivemos, tem sido difícil para muitos casais manterem acesa a chama do amor. Falta a eles oficializar a união com uma terceira pessoa: Deus.
Casamento: Como manter acesa a chama do amor
Biblicamente vemos que o casal representa a união de Cristo com a sua Igreja. Assim, como servos do Senhor e orientados em Sua Palavra, temos o dever de lutar para preservar esta instituição divina. O inimigo tem usado todas as armas para destruir a família porque desta forma ele destrói não apenas o homem, mas a Igreja.
Foi-se o tempo em que o objetivo central da vida de uma moça era casar, ter filhos... Hoje a carreira profissional e a estabilidade financeira têm ocupado este lugar na vida de mulheres e homens também. Resultado: a família - plano de Deus para o homem - fica para depois, para quando der... quando aparecer alguém "que preste", que tenha boa situação financeira, que seja bonito(a), inteligente etc. Claro que não é errado sonhar com a pessoa ideal, mas a superficialidade dos relacionamentos de hoje está ameaçando a família.
Aquelas juras de amor eterno, de que só a morte separa, já não seduzem mais brasileiros e brasileiras. Pelo menos no papel. O Censo 2000, divulgado recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou que entre 1991 e 2000 houve queda no total de casamentos legais (de 57,8% para 50,1%), enquanto a proporção de pessoas em união consensual cresceu significativamente, passando de 18,3% para 28,3%. Entre os mais jovens, as proporções de pessoas em união consensual são maiores.
Entre as pessoas unidas, o estado do Amapá (57,2%) tem a maior proporção de pessoas que não são legalmente casadas, mas que vivem em união consensual, seguido de Roraima (51,2%) e Amazonas (48,4%). Já os estados do Piauí (17,4%), Minas Gerais (18,1%) e Santa Catarina (19,9%) têm as menores proporções. Do total da população de dez anos ou mais de idade, 49,4% vivem em união conjugal, incluindo os casamentos legais e as uniões consensuais.
O Censo 2000 também informou o estado civil legal da população: 54,2% das pessoas de dez anos ou mais são solteiras, 37,2% são casadas, 3,7% são desquitadas, separadas ou divorciadas e 4,6% são viúvas. Entre os solteiros, 45,9% está na faixa etária de 10 a 19 anos.Pesquisa específica do IBGE colhida em cartórios de todo o País, mostra que em 1998 houve um crescimento de 32,5% no número de divórcios e separações judiciais em relação a 1991. No mesmo período, ocorreu uma redução na taxa de casamentos de 5,1% para 4,3%. O estudo divide separações judiciais de divórcios (obtido após dois anos do fim legal do casamento). Segundo o trabalho, no período analisado, as separações judiciais cresceram 19%.
Segundo o IBGE, dois fatores influenciaram o comportamento das uniões civis no Brasil nos anos 90: o econômico e o cultural. O mês com o maior número de casamento, ao contrário do que se pensa, não é maio, mas dezembro, quando há um aumento da renda dos casais graças ao 13º salário. Percebemos então que o casamento está relacionado diretamente com a situação econômica.
O aspecto cultural ocorre no aumento das uniões consensuais, sem registro civil, que reflete as mudanças comportamentais. Antigamente o casal que decidia morar junto, sem registro civil, ou aquela mulher que buscava o divórcio, eram malvistos. Hoje, isso mudou e está refletido na própria legislação, que garante direitos ao casal que vive por mais de cinco anos em sociedade civil, embora não registrada.
Em nosso Estado os números também surpreendem. De acordo como Censo 2000, o Espírito Santo é o segundo Estado da região Sudeste com maior número de casais em união consensual. 27% dos capixabas vivem em uniões informais, perdendo somente para o Rio de Janeiro, com 34%.O que está acontecendo com o casamento?
Falar em casamento nos dias de hoje é tocar num assunto polêmico, principalmente numa época em que namorar virou "ficar" e casar virou "juntar". Driblando todos os modismos da atualidade, que leva muitos a afirmarem que o casamento é uma instituição falida, os cristãos defendem o casamento tendo como base de seus argumentos a Palavra de Deus. Nosso Pai é o mentor da família, Ele a planejou, Ele quer ajudá-la a se manter.
A maioria das pessoas pensam que quando o casal não vai bem é porque o amor está esfriando. Mais isso nem sempre é verdade. Normalmente o problema está no relacionamento de ambos com Deus. Se existe comunhão com Deus, o amor jamais esfria. Porque Deus é amor e o amor vem dEle. Onde tem amor tudo é possível de ser superado e melhorado. É só querer.
"Para ter-se um casamento amadurecido e satisfatório para ambos é preciso tempo, empenho, cooperação contínua e zelosa dos dois. Devem ser devotadas a compartilhar e se interessar, a amar e ouvir, a doar-se e perdoar. Um casamento bem-sucedido precisa ser constantemente monitorado, ajustado e fortalecido", revela John M. Drescher, em seu livro "Em busca do amor no casamento", Editora United Press.
O autor, que é pastor e já escreveu mais de 30 livros sobre o tema, afirma ainda que o casal, primeiramente, tem que ter um relacionamento íntimo com Deus, para que então possa assegurar a felicidade no seu casamento. Tanto a mulher quanto o marido têm que viver em comunhão diária com Deus, para que no relacionamento entre eles prevaleça a paz. Essa é a base mais importante do casamento. "Não existe uma fórmula infalível que prometa a felicidade perfeita no matrimônio. O casamento perfeito simplesmente nunca existiu, tudo passa pela dedicação à Deus e valorização das pequenas coisas no dia-a-dia".
Quando Deus não está no lar, os problemas pipocam de todos os lados. Um dos grandes motivos da separação conjugal em dias atuais é a "incompatibilidade de gênio". Pr. Drescher conta sobre um casal que aconselhou: Marta e Bob tiveram um bom começo de vida conjugal no que diz respeito a semelhanças sociológicas, mas tinham temperamentos diferentes. "Como pode pessoas tão opostas serem atraídas uma pela outra?", perguntou Marta.
O casal se envolveu em diversas discussões com Drescher para compreender suas diferenças. "Muitas vezes sentimos que não fomos feitos um para o outro. Foi um alívio compreender que, em relação ao temperamento humano, geralmente, as pessoas muito diferentes é que acabam se casando. Na realidade, Deus nos fez desta forma para que pudéssemos crescer juntos e nos tornarmos pessoas melhores do que seríamos sozinhos", aprendeu Bob.
O problema "incompatibilidade de gênio" tem, muitas vezes, a ver com a falta de comunicação do casal. Acredite, em 90% das dificuldades conjugais a comunicação é o problema. "O casamento deve começar com um pacto: a promessa de conversar. É preciso entender que os problemas não somem pelo simples fato de os ignorarmos. Esconder sentimentos e opiniões enfraquece a unidade da vida conjugal. A falta de comunicação gera os mais variados tipos de desentendimentos", diz o Pr. John Drescher.Outra grande dica de Drescher diz respeito aos "ladrões" do casamento. Os casais precisam compreender que amar significa gastar tempo com o outro. A televisão é um ladrão. Encontros noturnos freqüentes, eventos esportivos sem planejamento prévio e reuniões intermináveis também podem roubar-lhes o tempo. "Assim como planejamos tempo para todas estas coisas, devemos planejar o uso de tempo um com o outro. Muitos casamentos nem aconteceriam se as pessoas fossem descuidadas em relação ao tempo juntos antes de casar".
O sexo no casamento
A vida sexual do casal é a base do casamento. É uma espécie de termômetro. Se o sexo vai mal, o casamento também. Havendo um total entrosamento íntimo, os problemas que surgirem serão vencidos com mais facilidade. A Bíblia diz que "há destruição onde falta conhecimento" e quantos casamentos têm não apenas sido, mas vivem destruídos por que não há alegria no relacionamento sexual.
"Ou pior, muitas vezes já não há nem mesmo o ato. Como terapeuta de casais, tenho assistido a tragédia da infelicidade sexual devido a ignorância de pessoas que pecam pelo exagero de uma masculinidade amoral e animalesca e também pela frieza de um feminismo egoísta", afirmou o Pr. Willian Vicente Borges, psicanalista, e líder da Igreja Batista Rhema, em Vila Velha.
Ora, tanto o marido quanto a esposa têm as mesmas necessidades. Alguns homens, no entanto, colocam o sexo no casamento de forma errônea, causando descontentamento na esposa que passa a afirmar que o marido "só pensa naquilo". Na verdade o que está faltando para que a relação sexual seja bem sucedida é afeto. Muitos homens confundem afeto com sexo. Willard Harley em seu livro "Ela precisa Ele deseja", Editora Candeia, nos explica bem esta diferença: "O afeto é o ambiente do casamento, enquanto o sexo é um evento. O afeto é um estilo de vida, um abrigo que cobre e protege a união. A necessidade de afeto para as mulheres antes do sexo significa muito".
O autor distingue no livro que em muitos casos o que o homem pensa ser parte preliminar do sexo para ela é o acontecimento principal. E por este motivo há tantos conflitos sexuais entre os casais. "Quando o casamento estiver conturbado, procure o que está faltando: é afeto. Sem o clima apropriado o evento será artificial para a mulher".
Muitas vezes os problemas sexuais do casal perduram anos por um simples motivo: falta de diálogo. Os conselheiros matrimoniais e terapeutas batem nesta tecla insistentemente. Para muitos a dificuldade de se comunicar com o cônjuge é surpreendente, mas justificada pelo padrão de criação do cônjuge. Geralmente ele cresceu num lar com baixa harmonia e relação íntima com os pais no que diz respeito também a orientação sexual.
O Pr. Gilson Bifano e sua esposa Elisabeth trabalham juntos com aconselhamento de casais no Ministério OIKOS - Ministério Cristão de Apoio à Família. Segundo ele, os problemas ligados a sexualidade de casais cristãos está muito relacionado a forma deturpada como o sexo foi tratado desde o início da propagação do Cristianismo. "Tivemos influências históricas que prejudicaram muito a vida sexual dos casais. A idéia que sexo e prazer é pecado, a inclinação de que falar disso é tabu, enfim, essa herança negativa reflete-se em muitos casais até hoje. Pouco sabem os planos de Deus quando criou o sexo para unidade do casal".Capacitar os pais, investir em informação aos adolescentes e crianças é o ponto destacado pelo Pr. Gilson para mover uma mudança nesta mentalidade. "Temos que criar escola sobre família nas igrejas. A Igreja pode fazer muito, ela é um celeiro de pessoas de diferentes e pode contribuir para essa mudança. Ela não pode esquecer também dos solteiro, viúvos, separados... porque todos estão plenos em sua sexualidade. Há uma idéia (mais uma deturpada) de que só se fala de sexo com casados, e não é assim".
O livro de Gênesis assegura que ao criar todas as coisas Deus "viu que tudo era bom". Portanto, tudo o que Deus fez é belo. O mal muitas vezes consiste no uso errado daquilo que é bom. Da mesma forma o sexo é algo criado por Deus e maravilhoso. "Como Deus deu ao casal humano a missão de gerar os filhos dizendo 'crescei e multiplicai-vos', providenciou o sexo como instrumento de procriação. E mais, para fortalecer a união e o amor do casal, fez do sexo também o meio mais profundo da manifestação do amor conjugal", disse Pr. Willian Vicente.
Igrejas investem na família
Praticamente todas as denominações evangélicas elegem um mês do ano ou uma semana para dedicar suas atenções à família. Paralelo a isso, muitas promovem cursos específicos para casais. Um dos mais conhecidos e ministrado em igrejas capixabas é do Marriage Ministries International (MMI), "Casados Para Sempre". A iniciativa do curso foi do casal americano Mike e Marilyn Phillips.
O MMI é hoje uma organização mundial de milhares de casais ministrando para casamentos em mais de 70 países. A sede do ministério encontra-se em São Paulo. A igreja que desejar obter o curso implantado deve manter contato com o casal Ubiracy e Luiza Fonseca. "Ministraremos um curso na igreja para formar líderes. Após essa etapa, pessoas estarão aptas para proceder o ensino", informou Luiza. Através da fidelidade dos líderes de grupos, matrimônios feridos estão sendo curados e outros fortes estão recebendo um novo desafio e visão.Aconselhamento pastoral para noivos e casados têm sido ações fundamentais para fortalecer a família cristã. Algumas igrejas evangélicas têm trabalhado os relacionamentos e a constituição da família como plano divino. Com esse pensamento, o aconselhamento pastoral é intensificado e criam-se cursos específicos que visam, através de embasamento bíblico, trabalhar conceitos que podem ser pontos de conflitos na relação conjugal.
"As pessoas não devem casar-se sem uma orientação. O curso serve como elemento conscientizador e preparador", esclarece o Pr. Dinart Barradas, da Comunidade Cristã da Graça, em Vitória, que possui seminários para famílias, curso para casais (MMI) e curso para jovens com o objetivo de prepará-los sobre a vida afetiva. Ainda segundo ele, a Bíblia nos orienta a deixar pai e mãe (Gênesis 2:24) e unirem-se em matrimônio. Mas muitas pessoas não tem noção do que isso significa e passam a administrar mal sua vida.
Mesmo com a preocupação que a maioria das denominações têm em fortalecer a família, alguns líderes reconhecem que valores seculares estão influenciando os jovens da igreja. Para o pastor Dinart, a igreja faz parte do mundo e está sujeita à falta de obediência aos princípios bíblicos sobre família por isso é tão importante este investimento."O divórcio não foi feito para o cristão. Hoje a falta de compromisso das pessoas em todos os âmbitos se reflete no casamento. As pessoas querem os privilégios do casamento, mas não o compromisso", ressalta o pastor, que acredita também na influência negativa da mídia. "A influência dos meios de comunicação é muito forte, passando valores que enfraquecem a relação homem-mulher".
Investimento é a palavra. Sem ele nada muda. O romance do namoro em nada se compara com o romance do amor que aumenta ao longo dos anos devido a profunda compreensão e aceitação, devido ao empenho para construir uma morada segura. Se você reconhece que seu casamento pode ser muito melhor do que é, procure ajuda. Primeiro de Deus e depois de pessoas aptas para lhe aconselhar.
O segredo para um casamento feliz é a presença de Jesus no casamento para que o amor Ágape seja derramado de forma abundante. "O cordão de três dobras não se arrebenta com facilidade" (Ecles. 4:12). Jesus é a terceira dobra ou o nó que vai dar sustentação, solidez. e mais, a garantia de que você terá sempre acesa a chama do amor no casamento.PARA OS CASAIS ...
* Fale menos e escute mais
* Não ataque a pessoa
* Concentre-se no problema
* Procure ser brando no falar
* Seja sincero
* Ceda por um momento, mesmo que esteja com a razão
* Não use as emoções como arma
* Não rotule seu cônjuge
* Tente administrar bem suas emoções
Fonte: Pr. Willian Vicente - terapeuta familiar
DICAS DE LIVROS
http://www.altissimo.org/loja/default.php?cPath=15
Matéria publicada na Revista Comunhão, edição 58, junho/2002Redação: Syria Luppi"

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