Você crê realmente?

(Rm 12:1-2)
A Bíblia é muito clara quando trata à respeito da fé e do pensar do cristão.
Paulo, na carta aos Romanos capítulo 12 versículos 1 e 2 diz:
"Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus que apresenteis os vossos corpos por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto RACIONAL. E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa MENTE, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus".
O que isso significa? Que devemos adorar a Deus, nos entregar à Deus como sacrifícios vivos, realizar a vontade de Deus?
Sim, mas não apenas como um ritual, uma coisa automática que realizamos periodicamente em nossas vidas. Devemos também pensar, raciocinar, analisar com nossa mente nossos atos para com Deus.
Paulo pede encarecidamente, pelas misericórdias de Deus, que devemos apresentar nossos corpos como um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus e ele diz que ISSO deveria ser o nosso culto racional. Para ser racional, é necessário utilizar o raciocínio. Para se utilizar o raciocínio, é necessário PENSAR.
Vamos analisar a criação do homem. Deus criou o homem e colocou nele a capacidade de pensar, de analisar. Em Gênesis 2 e 3 vemos Deus se comunicando apenas com o homem e não com os animais. Deus deu ao homem o dever de pensar e, com isso, colaborar com Deus no cultivo e conservação do jardim, bem como, colocar nome em todos os animais. Esse fato já nos revela que Deus quer que nós usemos nossas mentes para o serviço que Ele quer que nós façamos.
Apesar da queda do homem, o que foi também a queda da mente humana, Deus quer que o homem continue a pensar, continue usando a capacidade de pensar que Ele deu.
Basta olharmos a natureza a nossa volta e observamos que Deus se revela nela.
Um exemplo bíblico para isso é o Salmo 19.
"Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia as obras das suas mãos. Um dia faz declaração a outro dia, e uma noite revela conhecimento a outra noite. Não há linguagem, nem palavras e deles não se ouve nenhum som; No entanto, por toda a terra se faz ouvir a sua voz, e as suas palavras até aos confins do mundo".
Os céus, ou seja, o universo físico e visível, são uma prova visível da sabedoria, do poder, da glória e das leis de Deus. Porém, não são suficientes para declarar a vontade de Deus, Seus planos, Sua graça, Seu amor, que são coisas espirituais, por demais profundas para a natureza morta, transcendentes para a mente humana. Por isso, esta revelação precisa ser completada pelas Escrituras (v 7-11) e ainda pela experiência que a alma recebe diariamente de Deus intervindo na sua vida (v 12-14). A profunda contemplação dos céus, das Escrituras, ou do próprio íntimo, revela algo da face de Deus. Os céus revelam a glória de Deus, as Escrituras revelam Sua grandeza e a alma reflete Sua graça. Jesus Cristo é a plenitude de Deus visível entre os homens.
Deus constantemente se revela ao Seu povo, mas essa revelação só pode ser "captada" se nós O conhecemos como Ele é, e se usarmos nossas mentes para analisar essa revelação.
Com o conhecimento vem uma "cobrança". Nós somos julgados pelo que conhecemos. Apesar de Deus se relevar à toda criatura, nós como "mentes renovadas" em Cristo Jesus, podemos experimentar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus, e o não cumprir dessa vontade se torna rebeldia contra Deus, à qual seremos castigados por Ele.
Paulo nos fala do culto racional. Deus se agrada quando vamos à igreja e prestamos o nosso culto, mas este culto necessariamente tem que ser racional.
Existe nos dias de hoje, e até mesmo nos dias de Paulo, igrejas que são mais um clube do que realmente igrejas. Lugares em que as pessoas vão a fim de "descansar suas mentes". Não é necessário pensar, analisar. Se fosse possível, deixariam suas cabeças em casa e iriam apenas com os corpos.
Deus deseja um culto em que as pessoas saibam o porque de estarem ali. Um culto onde as pessoas realmente estejam em corpo, alma e espírito. Não somente uma reunião de pessoas com um fim em comum, mas pessoas que tenham um real conhecimento do Deus que adoram. Não como em Atenas, onde adoravam um "deus desconhecido", mas Deus quer pessoas que o conheçam, e por conhecê-Lo o adorem pelo que Ele é.
Deus quer pessoas que creiam nEle. Crer em Deus, ter fé em Deus é algo "irracional" para o mundo. Fé é algo muitas vezes confundido com pensamentos positivos, mas nós sabemos que isso não é verdade.
Fé é termos certeza que, apesar da situação atual, por pior que ela esteja, nós temos um Deus, digno de todo o crédito, que pode transformar essa situação em algo bom, agradável e perfeito.
É indispensável ao cristão, que conhece a Deus, ter fé, pois sem fé é impossível agradar a Deus.
Deus quer um culto com pessoas que O busquem, que creiam nEle, que O adorem na beleza da Sua santidade.
Por falar em santidade, o conhecimento de Deus, leva-nos a uma busca DESESPERADA de santidade, pois é impossível conhecer Deus, saber o que Ele quer que nós sejamos, saber o que Ele quer que nós façamos, sem querer buscar santidade, sem querer ser o mais parecido com Ele que possamos ser. "Sejam santos pois Eu sou SANTO!"
Isso é uma ordem expressa de Deus para nós. Não é somente buscar, conhecer e acreditar. É necessário que sejamos "parecidos" com Ele. Isso é necessário, não para sermos tido, no meio evangélico, como "santos", mas sim para que o mundo veja em nós o reflexo da santidade de Deus.
O mundo busca algo para preencher o vazio. É necessário que nós levemos estampado em nossas vidas algo "diferente" para ele. É necessário que o mundo veja em nós, aquilo que ele tanto procura, abrindo assim o caminho para nós pregarmos o Evangelho à toda a criatura. Mas é necessário, também nesta hora de anunciar o Evangelho, que usemos nossas mentes e levemos de uma forma clara e coerente a verdade que liberta.
Devemos levar ao homem total (mente, coração e vontade) o Evangelho total. Para isso devemos falar palavras sábias para atingir a mente, mas com amor e com prudência para atingir o coração, orando em todo o tempo e contando com a ação do Espírito Santo de Deus para que brote, na pessoa "alvo" de nossa pregação, o desejo de conhecer melhor a esse Deus que pregamos.
É necessário termos em mente que quando falamos para alguém de Jesus, estamos lidando com sua mente, em primeiro lugar, com tudo aquilo que ela já pensou, já aprendeu e com tudo aquilo que ela acredita ser verdade. Em segundo lugar, com o seu coração, com aquilo que ela já passou em sua vida, todos os sofrimentos, todas as alegrias, todas as dores, enfim, todos os sentimentos que ela já viveu.
Precisamos ter em mente que anunciar o Evangelho é um dever, mas que necessita de preparação, como diz em Efésios 6:15 "calçai os pés com a preparação do Evangelho da paz". Precisamos estar preparados para proclamar de uma forma mais correta e sábia o Evangelho de Jesus.
Concluindo, não basta somente buscar o conhecimento e ter o conhecimento. É necessário aplicar este conhecimento na obra de Deus. Precisamos buscá-Lo, conhecê-Lo para assim podermos adorá-Lo como Ele quer, para podermos crer nEle como Todo-Poderoso, santificando-nos à cada dia e amando não somente a Ele, mas aos nossos semelhantes também, pois, como podemos dizer que amamos a Deus, a quem não vemos, se não amamos ao nosso próximo a quem vemos?
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