Por Brenton Brown
A realidade da morte de Jesus me afeta de muitas maneiras. E a primeira delas é me fazer pensar “sim, eu estou na religião certa. Eu estou fazendo a coisa certa”. A morte de Cristo em meu favor é o derradeiro símbolo e ato de justiça e de graça. Eu sou um pecador. E eu preciso de salvação. E só “consigo” isso por causa da surpreendente e inesperada generosidade de Deus para comigo. É um ato inesperado de bondade.
Penso que, de certa forma, é a cruz que me motiva a servir a Deus e a continuar servindo. O que me motiva não é saber que devo a Ele alguma coisa, nem mesmo gratidão, embora seja um bom motivo. Mas além desses motivos todos, a melhor coisa que eu já ouvi foi saber que eu O sirvo por causa da cruz.
Eu só quero estar perto Dele e participar daquilo que Ele está fazendo. Jesus morreu, e por causa disso um punk como eu pôde fazer parte da sua família. Ele me torna (e me faz sentir) limpo, bom, seguro, feliz e dá sentido para minha existência. Por que eu não O louvaria? Por que não ajudaria os outros a fazer o mesmo? Esse acontecimento histórico é que me motiva a fazer essas coisas. Isso me ajuda a perseverar e a ter paciência. A Bíblia chama isso de arrependimento.
Mas existe outra maneira que a cruz afeta a maneira como eu ajudo/sirvo/lidero outras pessoas. Não é só ouvir o que Jesus disse: “Veja o que Eu fiz por você, a vida que Eu vivi e a minha morte por você. Alegre-se! Eu fiz tudo isso por você. Venha e coma”. Ele nos diz isso. Mas também nos diz: “Você viu a maneira como Eu vivi e morri? Você pode perceber a maneira como fiz tudo isso? Bem, é isso que significa ser humano. Viver bem é viver uma vida parecida com isso. Agora vá e viva dessa maneira. Vá e sirva desse modo. Vá e ajude as pessoas dessa maneira, ame desse jeito e ensine assim. Siga-me...”. Bem, essa é a parte mais difícil!
Certa noite pensava sobre a maneira como Jesus viveu — quão sacrificada foi a Sua vida, não somente a Sua morte. O Seu modo de viver foi altruísta. A Sua morte foi uma figura de todo o Seu viver. Ele veio para servir, não para ser servido. Ele orava assim: “Mas por favor, não seja o que Eu quero. O que Tu queres?” Ele nos mostrou o significado de perder a vida para Deus, de colocar a vontade de Deus antes da nossa própria vontade, de colocar os outros em primeiro lugar e de continuar mesmo quando aqueles a quem você ama já desistiram. Eu penso: “Cara, eu amo Jesus. Mas será que realmente quero segui-lo? Será que quero imitá-lo? Será que realmente quero ter um estilo de vida altruísta? E os meus sonhos?” Essas são boas perguntas!
Mas isso só é possível por meio da ação do Espírito Santo. Se deixarmos que Ele guie a nossa vida dessa maneira, iremos guiar as pessoas de uma maneira alegre e amável, com paciência, bondade, autocontrole e serenidade. E qual é o resultado? Nós nos tornamos pessoas melhores, testemunhas! É desse modo que a cruz deveria afetar o nosso modo de liderar as pessoas.
Existe um aspecto público — e isso pode ser bom ou ruim — na maneira como adoramos a Deus sendo líderes. A mensagem mais importante não é a música que cantamos, mas quem somos. As pessoas estão nos observando, e não apenas nos ouvindo.
São estas as respostas que me sustentam. Quando estive doente, repousando numa cama, os momentos que contam não são os da incrível visitação ou das manifestações da presença de Deus — embora isto seja maravilhoso. Os momentos mais marcantes foram quando estava com outras pessoas. A maneira como me relaciono com os outros. O modo de falar com as pessoas do retro-projetor, da mesa de som ou com os músicos da banda. O modo de falar quando não estava cantando. O jeito do meu coração ser quando não estava louvando.
Para mim, a verdade me faz lembrar que quanto mais abro mão da minha agenda de compromissos, mais eu sou capaz de viver ciente da presença de Deus e das pessoas ao meu redor. Quanto mais eu abraçar a cruz, perder a minha vida e deixar de lado todos os meus planos, mais serei capaz de seguir e imitar o modo de vida de Jesus.
E existe muito mais a aprender.
Brenton Brown é líder de louvor na Inglaterra e compositor. Suas músicas têm causado grande impacto sobre a comunidade de adoradores dos dias atuais. É autor das canções “Reina em Mim” e “Santo”.
Traduzido por Maurício A. Boehme
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