Qual a verdadeira aparência da vitória?

Como é a vida vitoriosa para o pecador? Ausência de pecado? A derrota de Satanás em todas as tentações? Terminar o campeonato sem uma derrota sequer? Se for essa a medida, então estou fora. E, acredito, todos falhamos, e continuaremos a falhar, sem alívio.No meu próprio caso, dando a mim mesmo o benefício da dúvida, calculo que consigo resistir, talvez, em 95% dos casos de tentação. Porém, como o número de tentações que enfrentamos é enorme, ainda há quedas demais!Claro que nos 45 anos de minha vida cristã, falhei, e não apenas na área da luxúria. Existem pecados muito mais graves do que relação sexual com uma revista. Para mim, os maiores problemas são irritabilidade e raiva. Para outros, arrogância, acusação ou legalismo.Vida vitoriosa, tendo em vista nossa natureza pecadora, não é ausência de pecado, mas sim saber o que fazer quando pecamos. Em 1 João 2.1, a Bíblia diz: “não pequem”. O desejo de João era que seus seguidores não pecassem. Mas o versículo prossegue: “Se, porém, alguém pecar, temos um intercessor junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo”.Quando peco, estou pronto a confessar rapidamente. E, quando confesso, acabo com o poder de Satanás, o enganador, o adversário que deseja me fazer acreditar em mentiras (“eu não fiz nada errado”, ou “meu pecado é tão horrível que não sirvo mais para trabalhar para Deus”). Pela confissão sincera, minha força para lutar contra a próxima tentação aumenta muito, pois sei que o inimigo não tem nada que possa usar como acusação contra mim. Cristo é meu defensor diante do Pai, Ele afirma que fui perdoado. Satanás não tem nada a dizer.Nunca duvidei, desde o momento da conversão, da palavra de Deus sobre seu amor por mim. É essencial entendermos que Deus nos ama e nos aceita – inclusive quando falhamos. Essa verdade tem me sustentado. Mesmo rejeitado por causa de meus pecados, ou por falar neles, sempre senti o amor de Deus. Nunca duvidei da palavra dele quanto ao amor por mim. Tenho um convite em aberto para voltar a Ele assim que estou pronto a admitir que, mais uma vez, o pecado me venceu.O amor de Deus não é uma licença para pecarmos. Graça, sem disciplina, pode levar à desgraça. Embora Deus perdoe minhas desgraças, como líder cristão, se houver muita desgraça, minha credibilidade e a capacidade das pessoas confiarem em mim acabarão. Paulo falou: “esmurro o meu corpo e faço dele meu escravo, para que, depois de ter pregado aos outros, eu mesmo não venha a ser reprovado” (1 Coríntios 9.27). Se eu não tivesse enfrentado meu problema logo e o mantivesse em uma área restrita de minha vida, o pecado poderia ter crescido ao ponto de me desqualificar. Só pelo poder de Cristo sou capaz de me colocar sob sujeição.Passei a prestar contas à minha esposa sobre a área da lascívia, e ela tem sido uma imensa fonte de afirmação para mim. Ora por mim, ouve quando conto as lutas ocasionais e jamais me condena. Lembro que contei a ela, hoje já mais velho, que uma olhadela rápida em pornografia havia causado um grande impulso físico em mim. “Bem,” disse ela, “pelo menos isso prova que você ainda tem alguma coisa”. Posso ser sincero com minha esposa, e ela comigo.

George Werwer é diretor internacional de Operação Mobilização, organização missionária mundial com sede em Londres, na Inglaterra

Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...