Ouvi de um certo fazendeiro, muito rico, que comprou um bonito carro, o mais moderno de sua época, e o colocou na garage de sua casa. Todos os dias aquele senhor tirava a poeira do carro e com uma flanela dava brilho na lataria. Passava horas admirando o seu lindo carro! Não satisfeito com o cuidado que estava dando ao carro, resolveu derrubar uma das paredes de sua sala de visitas e transferir o carro para lá. Assim o carro seria melhor admirado e protegido. Seus amigos, de perto e de longe, vinham admirar o carro, mas alguns, curiosos, passavam os dedos no carro, deixando-o manchado. O fazendeiro ficava muito triste, e deixou transparecer para os amigos o seu dissabor. Os amigos, então, não mais foram visitá-lo. Certo dia, aquele homem morreu e a fazenda foi leiloada com tudo o que tinha dentro. O comprador foi um jovem. Para surpresa dele, na sala de visita da casa havia um novíssimo carro! De imediato o jovem tirou o carro para fora. Convidou seus amigos e saiu pelas ruas, pelos morros, pelas vilas e por todos os cantos da cidade. Os vidros se empoeiraram, as rodas sujaram-se de lama e a lataria mudou de cor. Pela primeira vez o carro exerceu a função para a qual fora fabricado. Essa história faz-nos lembrar de nossas igrejas. Quantas vezes ficamos dentro das quatro paredes do templo, dando brilho à nossa fé, na contemplação, impedindo até, que visitantes adentrem suas portas para não atrapalharem a programação e tirar o brilho dos cultos. A vida cristã não é para ser guardada dentro das quatro paredes da casa ou do templo. É para ser vivida no meio do lamaçal do pecado, para que os homens possam vê-la e venham a glorificar ao Pai que está nos céus.
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